cabe o mundo todo
num copo d'água.
disse a ela que as coisas não terminam
de uma hora
para outra,
que o amor é maior que a posse,
e que era o tempo passar
para as duas voltarem,
mas não importavam as palavras,
tinha que estar ali, ouvindo
o choro e tentando provocar
algum riso.
buscar a desatenção com assunto
que não para de aparecer na cabeça.
como aquela dor de dente
em noite de insônia
precisa ser esquecida com
qualquer filme.
passeamos e rimos.
sentamos, comemos
e quase choramos.
dei-me conta da não-volta do casal
e da dependência dela.
e
ao invés de um copo d'água,
pedimos duas doses de uísque com gelo.
bebemos rápido,
corremos dali para o primeiro programa
de balada da noite.
outras doses.
outras baladas.
a mesma noite.
transamos;
com outras pessoas,
também.
a ressaca curou o coração tão empenhada
como a bebedeira na destruição do fígado.
3 dias depois voltaram, 4 semanas terminaram, 12 meses nos juntamos.
mas vários mundos
em doses de uísque.
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