20131202

Chamas


Aqueles teus bicos apontando
em relevo
sob o pano único do verde de seu vestido...
Como o esconder escancarado da
perdição das vontades.
As curvas do leve tecido
objetificando o insinuar.
Toda tal magia transportada
em seu flutuar
faz de mim um
tolo.

E ela sabe que,
não importasse o momento,
aquela pele sobre pele dilacerava
meu bom-senso
em sua sensual leveza
de pisar em nuvens.

Não importa a discussão,
meu atraso crônico, a incompatibilidade de humores matinais ou a priorização confusa,
seus seios
enrijecidos e delineados
no verde vestido que decifra
a ausência de qualquer roupa abaixo,
torna-me insano e fazia
postergar qualquer desculpa que me impedisse de estar realmente
grudado
na sua pele.

Em meu querer incessante,
planejando unirmos pele e
desviando de quaisquer
desculpas, argumentos, ilusões e realidades
que poderiam tangenciar
o desejo.

Mas, antes de tudo, há
o clima que mata o clima,
a imagem de seu rosto ao rubro
e a ferocidade das palavras,
contradizendo
a doçura dos movimentos na forma como
tudo que toca
pega
fogo.

Louco, sabia que me perderia
quando te encontrei;
e que de todas as direções o sentido
é você.
Tira-me de mim ao ver teu corpo -
flamejante
- bailar nos caminhos da vida.