20140318

Um dia quente

Dia vulgarmente quente.
A vaporosidade vivifica os valores físicos.
Vultos fumaçosos do calor. Do vapor.
Domina-nos, o abafo. O fogo.
A viril ferocidade. Ela e eu,
na fugaz vacina de nós mesmos.
Vadios. Fiéis. Vivos.

Não a cidade, mais quente:
a mulher.
E ela responsável pelo meu suor.
Pela minha libidinosa fluência nela. E
enlaçados, osculávamos juras.
Encorpados, voluptuosamente aninhados
no corpo alheio.
Forçamos a situação, que nos força a perder a cabeça.
Facilmente encontramo-nos em posição de adoração.
Naquele momento, era ela o meu motivo.
Meu sentido, que é minha vida.
Meu tesão de viver.
E de ser. E de estar ali com ela.

E tudo isso concentra-se na pessoa dela.
Profunda admiração e vivacidade.
Orgulho, gosto e alegria.
Prazer e vontade.
Ela.
Navegar-me e perder. Nela.
É ela meu porto.
Meu furor. Meu maior êxtase.
Êxtase em seu corpo.
Seu prazer.
Vapor.
Fogo.
Corpos.
Ela.
Paixão.
Calor e mais fogo.
A mulher, o prazer e a vida.

Texto encontrado de Set/2007

Um comentário:

  1. Objeto
    de meu mais profundo desejo
    não seja aquilo
    por quem ardo e não vejo

    seja estrela que me beija
    oriente que me reja
    azul amor beleza

    faça qualquer coisa
    mas pelo amor de deus
    ou de nós dois
    seja - PL

    Sua, A.

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