Há um rato se contorcendo
em meu quarto.
A morte logo vem visitá-lo
e levá-lo.
O matador fui eu mesmo e,
ainda não sei o motivo,
me sinto triste por isto.
Tento limpar a mente e a
culpa
lembrando todo o mal que poderia causar...
Mas nem por isso cometo homicídios
àqueles potencialmente ou verdadeiramente
maus...
Podia tê-lo deixado brincando,
correndo aqui e ali.
E quem sabe alimentá-lo?!
Mas a vassourada certeira
foi a brusca morte da esperança.
Cá estou com um rato,
em minhas mãos assassinas,
morto
e não sei quê fazer.
Talvez tivesse família, sonho, desilusões,
ou até mesmo este tipo de
alucinação.
Ao menos, fome tinha,
mas perdeu.
Agora eu,
correndo prá lá e prá cá,
tentando escalar paredes,
entrar em pequenos buracos,
matar aquilo que me mata,
devo esquecer o rato e
continuar girando
a rodinha da vida.
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